Faces da Lawsonia Intracellularis
A HISTÓRIA DA LAWSONIA AIP
Um grande número de granjas de suínos em todo o mundo está enfrentando a adenomatose intestinal porcina (AIP). Entre 30 a 90% das suinoculturas são consideradas infectadas, dependendo do país. Na América do Norte, os produtores de suínos têm lutado contra a doença infecciosa desde o início dos anos 90 e estima-se que tenha causado perdas econômicas anuais de 20 milhões de dólares. Devido ao intenso comércio transnacional, o AIP também se espalhou para outros países tornando-se cada vez mais importante na Europa por causar problemas no Reino Unido, Dinamarca, Alemanha e Holanda, entre outros.
Quando a doença começou a se espalhar pelos EUA, a causa era desconhecida. Hoje se sabe o nome e a natureza do patógeno causador: Lawsonia intracellularis, uma bactéria gram-negativa que cresce dentro das células do intestino delgado e é transmitida oralmente entre suínos ou através de outros animais. Devido ao seu crescimento intracelular, a Lawsonia intracellularis pode permanecer oculta por muito tempo. Portanto, o contágio com o patógeno é possível a partir de animais que não apresentam sinais clínicos tornando-se assim uma doença difícil de detectar e prevenir.
NÃO SÓ AIP – AS VÁRIAS APARÊNCIAS DAS INFECÇÕES POR LAWSONIA INTRACELLULARIS
Embora a temida AIP seja a manifestação mais conhecida da Lawsonia intracellularis, é apenas uma de suas quatro formas clínicas. A enterite necrótica (EN), a ileíte regional (IR) e a AIP são os cursos crônicos da doença, enquanto a enteropatia hemorrágica proliferativa (EHP) é a forma aguda de Lawsonia intracellularis. EHP, embora muito agressiva e muitas vezes letal, ocorre com menos frequência do que as formas crônicas e é geralmente vista em animais de terminação com 6 meses de idade ou mais. É mais provável que o aumento do estresse durante o final do período de engorda faça com que o patógeno se torne virulento em animais previamente infectados subclinicamente.
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As manifestações crônicas de Lawsonia intracellularis são mais frequentemente vistas em leitões ou no período inicial de engorda. Os sintomas dessas formas são menos específicos e incluem baixo consumo de ração, ganho de peso e diferentes formas de diarreia. A diferença crescente no peso corporal dentro dos grupos de animais da mesma idade é também um sinal típico. A mortalidade dos grupos afetados não é muito alta, de modo que o problema econômico da doença é principalmente devido à baixa produtividade dos suínos de engorda. Uma identificação definitiva da forma crônica que está afetando os animais, AIP, IR ou EN, só é possível através da análise intestinal post-mortem. As várias manifestações da doença afetam diferentes partes do íleo com pouca oscilação em sua aparência. No entanto, o patógeno subjacente, Lawsonia intracellularis, também pode ser verificado em animais vivos por meio de detecção diagnóstica nas fezes.
COMO PREVENIR A LAWSONIA INTRACELLULARIS?
Como em todas as doenças infecciosas, um protocolo de higiene completo dentro da granja é uma obrigação. Os locais devem ser limpos e desinfetados após a saída de cada grupo de animais. Suinocultores devem certificar-se de usar um desinfetante que seja eficaz contra a Lawsonia intracellularis e manejar suas instalações em uma rotina rigorosa e completa.
Vários antibióticos podem ser aplicados quando a Lawsonia intracellularis se torna clínica. As formas crônicas são tratadas por meio de uma aplicação de antibióticos na água, enquanto a EHP deve ser usado medicamento via intramuscular. No entanto, quando a Lawsonia intracellularis se torna aguda, a mortalidade pode chegar a 50% ou mais, mesmo com tratamento antibiótico. Portanto, profilaxia é fundamental devido à rápida disseminação da Lawsonia intracellularis. Substâncias anti-inflamatórias podem fortalecer o animal. Como a doença muitas vezes se manifesta em períodos de maior estresse, os aditivos que o reduzam também são uma boa maneira de apoiar os suínos no combate à Lawsonia intracellularis.
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